12.6.08

Manaus- Gigante do Rio Negro


Com seus quase dois milhões de habitantes, Manaus é uma metrópole que sofre com os problemas de uma cidade grande, ou seja, desigualdade social, aumento desordenado da periferia, trânsito caótico, criminalidade, falta de saneamento, etc.
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Por outro lado, é notória sua riqueza cultural. Fruto da miscigenação característica de nosso páis, mas que aqui deixa prevalecer os traços do caboco (caboclo) e do índio. Claro que com forte influência da cultura massificada que tapa os olhos e ouvidos de muita gente pelo mundo, que faz com que as pesoas ouçam uma música que sequer entendem a letra ao invés de uma linda canção regional.
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Pelo fato de sua inacessibilidade por terra ao sul do país, o simples fato de chegar à cidade já é pitoresco, podendo ser somente pelo céu ou pela água, esta última, mais tradicional, tendo feito a cidade desenvolver-se à beira do Rio Negro. Os viajantes que de barco chegam, como nós, são recebidos pelo enorme porto da cidade, com seu amontoado de embarcaçãoes. Logo em seguida, encontra-se o centro antigo, onde vemos o mercado público e adiante o suntuoso e magnífico Teatro Amazonas, herança de um tempo remoto, quando havia riqueza e prosperidade na região, com a produção da borracha em grande escala. Dentre as tantas atrações da região, elegemos as que ofereciam fonte de pesquisa e inspiração.
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O Inpa (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia), desenvolve diversos trabalhos dentro da floresta, em áreas como Ecologia e Zoologia. Pudemos conhecer o projeto do Peixe-Boi e da Ariranha, animais com sério risco de extinção, além do setor dos insetos, com uma coleção formidável, incluindo o maior besouro do mundo e mariposas com mais de 20 cm de envergadura. Este é o prinipal centro de referência de pesquisa da Amazônia.
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Ao longo de três dias, fomos muito bem recebidos na Abra 144 (Aldeia Bio-Regional da Amazônia) que é uma ecovila que busca a auto-suficiência através da produção em pequena escala e busca artifícios de cooperação para se manter. O lugar fica no alto de um imenso vale, que nos presenteia com uma vista magnífica da floresta com sua paz característica. Na volta curtimos um dia em Presidente Figueiredo, o município brasileiro com o maior número de cachoeiras. Visitamos a Cachoeira da Orquídea e celebramos a vida nos banhando em suas águas escuras.
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A seguir, o IPA (Instituto de Permacultura da Amazônia). Lá foi possível conhecer na prática diversas ações efetivas de permacultura. Todas as construções, cultivos e criações buscam o consórcio com o que o ecossistema oferece. A sustentabilidade será fruto do melhor aproveitamento da energia e dos recursos naturais. Por exemplo, lá existem apenas banheiros secos, que não utilizam água para descarga, mas sim um sistema de tratamento das fezes, que a partir do calor do sol as transforma em adubo. Também toda a água é captada das chuvas através de diversas cisternas, num perfeito reaproveitamento da matéria. Respeitando aquela lei universal de que na natureza nada se cria, tudo se transforma.
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Cruzamos com diversas pessoas que estão trabalhando para presevar a Floresta Amazônica. As opiniões divergem um pouco, mas o otimismo é raro de se encontrar. A maior parte das pessoas aponta com tristeza a devastação que está ocorrendo e já começam as previsões para o fim deste ecossistema. Claro que o maior problema é a extração da madeira e a derrubada da mata para criação de gado e cultivo de soja. A lição que tiramos é que depende de cada um de nós.
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Agora, vamos começar a descer o maior rio do mundo em direção a Belém.
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http://www.inpa.gov.br/
http://www.abra144.org/
www.permacultura.org.br/rbp/index800.html