10.10.08

Meus ombros suportam o mundo

O que realmente importa na vida? Isto é, em sua vida diária, o que necessariamente é um motivo de preocupação? Você que está lendo isso, provavelmente tem garantidas suas vontades básicas, ou seja, não passa fome, não sente frio, tem uma cama confortável, etc. O que vem além do bem-estar são realizações pessoais e, de forma extrema, capricho e luxo. A meio caminho entre o básico e a felicidade está nossa estabilidade interna, garantida através de saúde. Física e psicológica. Então, quando ai houver distúrbio, de certa forma, é um problema.

Ainda estou morando em Queenstown, já faz dois meses e meio que voltei do Brasil. Consegui um emprego numa clínica de massagem 4 dias depois que pisei novemente em Aotearoa. O inverno se despede sem pressa, os cumes das montanhas ainda estão cobertos de neve, mas as cerejeiras já estão floridas, sinal de que a primavera pede passagem. Os boarders e esquiadores vão deixando a cidade e os escaladores, bikers e trekkers não vêem a hora de tirar o equipamento do armário, sacudir as teias de aranha e aproveitar os longos dias de céu azul.

Durante minhas férias, após uma das sessões de escalada, senti uma dor no ombro. Segui fazendo yoga e alongando, mas a dor continua. Escalei aqui ainda duas vezes mas percebi que o problema é mais sério. Sem escalar a mais de um mês, estou descansando meus ombros, somente usando-os no trabalho, esticando-os diariamente e recebendo terapias. Massagem, Reiki, Bowen e Theta.

Uma vez, pedalando pelo Rio Grande do Norte, tive sérias dores no joelho que me impediram de seguir naquele dia. Na minha cabeça sempre passava a idéia de como me sentiria se ficasse impossibilitado um dia de andar de bicicleta e agora, igualmente, imagino como ficaria desapontado se não pudesse mais escalar em virtude de uma lesão.

O processo da cura é também um trabalho de paciência. Por mais vontade que eu sinta agora de subir as paredes, de nada adiantará se eu agravar a situação. Além do que, ainda posso pedalar, correr, caminhar pelas tantas trilhas da região e andar de slackline. Se Drummond estivesse ainda vivo, certamente olharia pra mim e diria: "Meu filho, teus ombros suportam o mundo. E ele não pesa mais que a mão de uma criança.".

Um comentário:

Anônimo disse...

VOCÊ É MARAVILHOSO TYAGO...MINHA MÃE TÁ TE MANDANDO UM BEIJO ENORME E O MEU COM CERTEZA É INFINITAS VEZES MAIOR.....
AMO VOCÊ E MOOOOORRO DE SUADADES!
MANDA NOTICIAS, NÃO SOME!
VOU TE VISITAR AI QUANDO DER!