12.6.08

Pará: Açai e tacacá. Paidégua esse carimbó!



Foram 15 dias redescobrindo os encantos do Pará, que revelou sua excêntrica culinária, suas riquezas naturais sem fim e sua gente, cativando-nos com sua simplicidade, bom humor e com uma recepção extraordinariamente calorosa. As lembranças da terceira capital da Expedição Redescobrir ficarão guardadas com carinho por muito tempo.
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Logo que chegamos em Belém fomos buscar nossas bicicletas, que nos esperavam na casa de um amigo. A partir daí a viagem ganhou um novo sabor, visto que desta vez pudemos conhecer a cidade sobre duas rodas, proporcionando-nos um contato mais próximo e dinâmico com seu entorno. Sob as mangueiras que enfeitam a cidade, em cada esquina, descobríamos uma nova fruta, uma construção histórica ou algum paraense com alguma boa história pra contar.
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Cupuaçu, pitomba, taberebá, pupunha, graviola, cacau, açaí, bacuri, muriti... São tantos os sabores experimentados que fica até difícil lembrar de todos os nomes das frutas. Tamanduá, onça, jacaré, gavião-real, preguiça, sucuri, camaleão, anta, ariranha, jibóia, peixe-boi, tucano, ararauna... Infelizmente alguns foram vistos em cativeiro, já que uma revoada de guarás ao ar livre é a manifestação da perfeição da natureza. O homem vai aumentando as cidades e expulsa os bichos, ou simplesmente os aniquila.
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Refúgio natural que conserva atrações magníficas, destacando-se no cenário natural do estado do Pará, a Ilha de Marajó entrou no nosso roteiro. "Aqui quem manda não é o presidente da República, nem o Papa. Quem manda aqui é a água. É a chamada ditadura da água, com seus três tempos: seca, lama e cheia."- nos avisou o diretor do Museu do Marajó. Lá passamos o carnaval com um grupo de Belém, que realiza diversas atividades ligadas à bicicleta (http://www.eart.esp.br/), foram 315 km pelas trilhas, estradas de terra e rodovias da maior ilha fluviomaritima do mundo.
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De Belém toma-se uma balsa até Camara, já em Marajó. De lá conhecemos Salvaterra, Soure e Cachoeira do Arari, alguns dos 16 municípios da ilha, sempre de bicicleta. Vivenciamos paisagens impares, que nunca esperávamos que pudessem existir em nosso país. Vegetações rasteiras com árvores baixas esparsas nos remetiam às savanas da África. Campos alagados repletos de búfalos e praias lindas de água doce também compunham o cenário. Depois de muito sol, chuva e lama voltamos de balsa a Belém, realizados pelo inesperado presente.
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Mais alguns dias na cidade e nos prepararamos para o início da fase cicloturística, que agora começaremos a trilhar. Também aproveitamos para saborear o açaí do Ver-o-peso, dançar o carimbó no Mormaço e tomar água de coco na feira de domingo da Praça da República. Muito paidegua esse povo!