NOMADE SOUL
tocando em frente
22.4.10
6.4.10
Home is where the heart is
Talvez essa seja a explicacao pra muitas coisas que acontecem. Nossa existencia neste planeta revela-se repleta de acontecimentos inesperados, nos ensinando a ter confianca em forcas maiores que nos guiam e tambem no potencial das pessoas que cruzam nosso caminho. Os meses desde o ultimo relato nao foram menos repletos de adrenalina e amigos iluminados para compartilhar a magia da vida.
Snowboard mudou minha vida e os momentos que passei nas montanhas ficarao eternamente gravados em cada uma das minhas celulas. O auge do inverno foi fazer backcountry, que basicamente eh encontrar lugares pra descer aonde ninguem mais desce, na mais pura e perfeita neve, com a ajuda das tecnicas de escalada em gelo. Utilizamos crampons e piquetas como extensoes do nosso corpo e a prancha presa nas costas. Depois de 3 horas subindo chegamos no topo e vimos o imenso abismo que nos esperava. O medo transformou-se em coragem e a longa escalada em infinitos minutos de descida. Cada uma das rasgadas na neve, de alguma forma, deixava meu espirito mais calmo e feliz. Surfar a montanha eh o extase da alma.
A neve derreteu em novembro, despertando nostalgia na memoria e preguica no corpo cansado. Descobri uma nova maneira de ser mais feliz fazendo da van minha nova casa. Viver nomade mostrou-se bem pratico, economico e viciante. Meu quintal podia ser qualquer lugar e ninguem me cobrava aluguel. Nestas horas tambem eh bom contar com bons amigos, de vez em quando podia aparecer na casa de algum deles e usufruir de um bom banho. A casa que morei antes sempre serviu como ponto de apoio. 52 Riverside Road eh um cantinho especial onde reina o bom humor e sempre tem mate, reggae roots, comida deliciosa e um extra sentimento de uniao. Sentir-se em casa sempre aquece o coracao quando estamos longe.
Cair na estrada em dezembro nao foi como das outras vezes. Levava uma casa sobre rodas, com todas as facilidades: cozinha, cama, varias roupas, diversos livros, equipamento de escalada e bicicleta. Dirigi pelas curvas da ilha sul, de Queenstown a Murchison, onde aconteceria o Encontro Rainbow Mundial, que uma vez por ano, durante um ciclo da Lua, reune centenas de pessoas dispostas a compartilhar experiencias e conhecimento em um acampamento distante da civilizacao. Sem energia eletrica, com muita celebracao intuitiva e amor mutuo. Conectei-me com irmaos e irmas de varios lugares do mundo, alimentei-me de bastante convivio saudavel, ofereci a forca de meu trabalho e a musica de minhas maos. Enchi meu peito da chama do fogo, meu ouvido do cheiro da mata, meus olhos dos cantos dos passaros, minha mente da agua das montanhas e meu coracao de ar puro. Depois, parti em direcao ao Parque Nacional Abel Tasman para uma trilha de 3 dias e Golden Bay, tanto para escalar como participar dos festivais que acontecem no verao. Mais musica, mais danca, mais natureza, mais contemplacao. Nasci de novo.
Cheguei a Nova Zelandia em 19 de junho de 2007. Vivi intensamente e aprendi um pouco mais sobre a vida. Dediquei-me a apreciar a natureza sublime que compoe o cenario desta distante nacao. Eh a hora, porem, de dizer "ate logo" e tocar em frente. Sinto como se estivesse saindo de casa de novo e se minha vontade de ver o mundo nao fosse tao grande poderia, sem hesitacao, optar por viver pra sempre entre aquelas lindas montanhas. Muito tempo atras me disseram que o viajante deve ter um coracao bem grande, onde caiba tudo e todos que os caminhos trazem.
De tanto que aprendi, algo concluo ser o que me trouxe mais sintonia e enriquecimento. Eh um sentimento nobre que torna nossa essencia mais forte e angustia quando saboreada com a saudade. Pode ser a razao de nosso viver e a afirmacao de tudo que eh sagrado. Eh o sangue e o amor posto em pratica construtiva ou o infinito sintetizado em realidade e a demonstracao do desejo e da fe. Tambem eh a nocao de que somos todos feitos do mesmo tecido, guiados pelos mesmos anseios, virtudes e qualidades. Que nunca estamos sozinhos. A palavra que reune todas as constelacoes.
Familia!
5.8.09
Stick a bush
SSSSS
Em Auckland, pela primeira vez pagamos por hospedagem, num albergue super movimentado no centro da cidade, e nos sentimos desconfortaveis num lugar onde nao precisavamos de lanterna. Tambem encerrramos a dieta de arroz integral com um mega jantar tailandes e 3 sobremesas. Eu e Bob nos despedimos de Tibum e fomos para um centro tibetano, onde passamos 10 dias meditando e trabalhando em troca da hospedagem. De la voltei pro frio e pro trabalho.
Em fevereiro, um festival de musica historico. Grandes bandas daqui tocando por 48 horas sem intervalo em Ohau, perto de um lago com montanhas ao redor. Black Seeds, Katchafire, Salmonella Dub, Kora, Rhombus, The Phoenix Foundation, dDub, Cornerstone Roots e Ladi6 foram algumas das presencas. Em certo ponto eu estava com meu saco de dormir deitado perto do palco pra nao perder as atracoes. Sai de la cansado de tanto dancar, porem renovado.
DD
DD
Depois de fazer 41 massagens na semana do Natal, preparei a mochila pra encarar uma trilha de seis dias na segunda semana de janeiro e, assim, recarregar as energias pro novo ano. Ao inves de escolher as mais conhecidas optei por um caminho menos acessado, onde eu nao encontraria nenhum ponto de apoio, nem placas indicando o caminho e sem turistas. Five Passes, um trajeto que previa a travessia de cinco montanhas, foi um misto de extase por caminhar em um lugar tao encantado e indignacao por me submeter a tanto sofrimento. Andava em torno de 8 a 10 horas por dia com a mochila carregada com comida e equipamento, sempre atento quanto a direcao, com mapas e GPS de auxilio que nem sempre davam 100% de certeza nas decisoes. Como se nao bastasse todas as adversidades naturais, ainda tinha que lidar com as sandflies, insuportaveis mosquitos que tiravam minha tranquilidade durante o dia e meu sono durante a noite.
Nessas horas a fe que carregamos se fortalece e creio que vislumbramos forcas que sempre temos mas nem sempre fazemos questao de usar. Atravessei o rio com a ponta dos pes tocando as pedras no fundo, com a agua me levando com muita forca e tentando evitar que a mochila fosse arrastada. Nao me deixei vencer, tinha que ter conviccao de que iria chegar ao outro lado. Todo molhado, encerrei a caminhada num lugar chamado Paradise e gritei bem alto a todos os seres das montanhas em agradecimento por toda a forca que me foi transmitida, com sentimento de missao cumprida e em resposta ao chamado da floresta.
10.11.08
A Cabine Cósmica
10.10.08
Meus ombros suportam o mundo
18.9.08
Positivando a vida
Venho relatar hoje o que fiz durante minha ausência esse tempo todo aqui neste espaco. Você bem reparou que está tudo novo, assim como eu próprio sinto-me por dentro. Escrevo ainda da Nova Zelândia e os últimos meses foram, sinceramente, clássicos! Fazendo o link com o último relato, foram tempos de muito trabalho e escalada no pouco tempo de folga. No começo o dia-a-dia na cozinha foi complicado mas acabei me adaptando, com sacrificio e vontade. Aprendi a fazer saladas, tortas, sobremesas e outras delicias, cada uma pacientemente ensinadas por Anne.
Explorei as paredes da região e o mais usual foram os boulders (blocos) de Jardines, aqui pertinho, mas a melhor descoberta sem dúvida foi Wye Creek, uma imensa falésia de vias prazerosas. O visual inclui o imenso lago Wakatipu, as montanhas e uma estreita e gelada cachoeira. A derradeira escalada do verão foi o topo das montanhas Remarkables, que tem Double Cone como ponto mais alto, com 2340m. Também foi minha primeira escalada em estilo tradicional, ou seja, sem a utilização de grampos fixos, somente com equipamento móvel que não danifica a rocha. Foram 7 cordadas e muita adrenalina, tanto na agradável subida quanto na arriscada descida.
2007 terminou em alto estilo, com um salto de paraquedas em Glenorchy. A queda livre só pode ser definida como viciante. Senti poucas sensações tão boas até agora na vida. O ano novo chegou cheio de bons fluidos e já no primeiro dia encarei uma dificil jornada de bicicleta até o lago Mavora, foram 100km em dois dias por um encantador vale entre as montanhas. Relaxe, tudo isso eu ainda vou contar com todos os detalhes.
O verão seguiu cheio de emoções. Segui trabalhando em média 12 horas por dia, por isso qualquer tempo livre tinha que ser muito bem aproveitado. A principal atividade foi mesmo a slack line. Aos 45 do segundo tempo, já em maio, peguei um avião e senti algo antes nunca vivido por mim: férias no Brasil! Fui logo gastar meu dinheiro na Cidade Maravilhosa, não sou mané. Tinha os objetivos de aprender massagem ayurvédica e explorar as montanhas que ornamentam tão bem a Guanabara. Aprendi uma eficiente massagem que hoje me ajuda muito aqui no novo emprego. As aventuras foram além do esperado e o auge foi o highline da Pedra da Gavea.
Era uma vez um grupo de escaladores que foram pra montanha e encontraram tempo ruim. Sem ter o que fazer, pegaram o equipamento que tinham e inventaram um esporte chamado Slack Line, que consiste numa fita de alta resistencia tensionada entre dois pontos, o praticante tem como objetivo equilibrar-se sobre esta fita. Porém, a brincadeira fica BEM mais divertida se esta fita estiver BEM longe do chão, dai surgiu o Highline. Meu grande novo amigo Hugo é o cara que comanda no Brasil e me levou para o mais alto highline do pais e o quarto que se tem noticia até hoje no mundo. Com mais de 800m, no alto da Pedra da Gavea, na cidade do Rio de Janeiro. Inesperadamente, a sensação mais intensa que já vivi.
Voltei para casa, em Londrina, e logo chamei uns amigos para fazer outro highline, desta vez entre dois prédios abandonados. Uma tarefa mais fácil, porém de alto nivel. Glorioso! Passei um tempo curtindo os velhos amigos e minha mãe e me preparando para dois grandes eventos que viriam a seguir. Segui para Paraty para a cerimônia de casamento de meu amigo Pedro, que por acaso conheci 5 anos atrás num ponto de ônibus na India, com Teka e na outra semana fui padrinho de meu irmão em sua união matrimonial com Ana Paula. Dois momentos fabulosos, duas festas perfeitas onde celebrou-se o amor e onde pude comparecer com meus votos de muita felicidade para essas familias que dão seus primeiros passos. Pra mim, a maior e mais ousada aventura da vida.
As férias ainda não tinham acabado. Retornei a Minas Gerais após mais de 20 anos e conheci um lugar inesquecivel, único por suas cachoeiras de água pura e por imensos vales e montanhas verdes, perto de São Lourenco e Baependi, onde realizou-se o ENCA, um encontro de arte e espiritualidade que acontece a 32 anos no mes de julho, este ano no Vale do Gamarra. Lá reencontrei uma linda familia que me acompanha aonde quer que eu vá, que me dá forca e inspiração e que é o pote de ouro no fim do arco-iris…AHO!
Agora sim era hora de partir, retornar a New Zeela e reativar o processo aqui. Cheguei cheio de animo e com novos conhecimentos. Não vou deixar de relatar cada história aqui. Hoje, curta este video de um salto delicioso do primeiro bungy jump criado no mundo, com as fotos aqui do lado e com o incentivo de pulsar coragem de dentro de você para ousar, positivar a vida e voar.
16.6.08
Habebe´s
Tasman Palace
A Terra do Nunca
14.6.08
AOTEAROA
A capital brasileira dos esportes radicais
Kia Ora
Esperava-me um desafio, convencer a imigração das minhas intenções, já que não poderia dizer que vim para trabalhar, pedalar e escalar. Falei somente que vim pra pedalar e escalar, o que convenceu o oficial maori com cara de mau, que carimbou meu passaporte e disse a tão sonhada frase: “Welcome to New Zealand”, que soou como uma musica dos Beatles aos meus ouvidos. Pensei em repetir o gesto de Pelé, mas achei que não pegaria bem, recolhi minha mochila e fui ver o que me esperava do lado de fora.
Um Sonho em Movimento pelo Brasil
EXPEDIÇÃO REDESCOBRIR
A EXPEDIÇÃO REDESCOBRIR teve o patrocínio da VZAN e apoio da AZTEQ e MOCHILABRASIL.
OBRIGADO!